Chico lê vê e recomenda #89
Quase chegando na edição 90! E vamos que vamos!
Galeria
Eu e MT no evento em homenagem ao Raul Seixas, que rolou ali no parque Garota de Ipanema. Em Brasília rola evento parecido ali no Conic.
Boletim sobre música e bebida
Clipping
Escravidão disfarçada: após a abolição, fazendeiros usaram tutelas para manter crianças negras trabalhando; Em 1888, o então dono da Fazenda São Roque, em Vassouras, hoje aberta ao turismo histórico, contratou o trabalho de 36 menores, com idades entre 7 e 19 anos, para trabalhar na lavoura | por Chico Otavio - link
O sofrimento da ex-escrava Felicidade com os grilhões da Fazenda Mato Dentro, em Vassouras (RJ), atravessou a Lei Áurea. Em 1893, cinco anos após a Abolição, ela ainda lutava na Justiça pela retomada da filha, Corina, mantida sob a tutela do Barão de Avelar e Almeida. Ficou provado que a menina sofria maus tratos pela família do tutor, mas a ação judicial não chegou ao fim, levando a crer que a filha nunca foi devolvida à mãe.
O caso da menina Corina não foi único. No Brasil pós-escravidão, proprietários de terra correram ao Poder Judiciário para requerer a tutela de crianças e adolescentes, filhos de seus ex-escravos, entre seis meses e 17 anos. Alguns barões do Vale do Café, um dos maiores enclaves escravistas do século XIX, chegaram a requerer a tutela de até 145 menores de uma só vez, como foi o caso do Visconde de Arcozelo.
A historiadora Patricia Urruzola, autora de tese de mestrado sobre o tema na UniRio, suspeita que os processos de tutela e de soldada (contratos de trabalho infantil) movidos por donos de terra representaram, no final do século XIX, um meio disfarçado de escravidão. Além de manter as crianças na propriedade, expostas a trabalhos forçados, eles também prendiam as mães, que se recusavam a abandonar os filhos.
Nota do Opi: O que significa a morte do “Índio do Buraco” e quais medidas devem ser adotadas | Povos Isolados - link
[…] acho que ele vai ficar lá sozinho mesmo e vai ter suas dificuldades para sobreviver lá dentro (quando ficar velho). Acho que ele está pensando nisso muito mais do que a gente, pensando em como vai lidar com essa situação, porque vai precisar caçar, ir atrás de alguma coisa para se alimentar. A gente acha que, talvez, nesse momento ele vai pedir ajuda e espero que a gente esteja ali perto para ajudá-lo nesse final de vida (Altair Algayer em depoimento para o livro de Ricardo e Gongora, 2019: 237).
(…)
Mais um indígena, o último representante de seu povo, faleceu. No passado recente foi vítima de um processo de extermínio atroz, consequência da instalação de grandes fazendas patrocinadas pelo Estado. Presenciou a morte de seu povo, perdeu seu território para as pastagens e foi condenado a passar o resto da vida em uma pequena porção de floresta interditada pela justiça, cercada por grandes fazendas na região do rio Corumbiara, em Rondônia.
Por resistir com extremo afinco a quaisquer empreitadas de contato, faleceu sem deixar saber qual etnia a que pertencia, e nem as motivações dos buracos que escavava dentro de sua casa. Foi, por isso, chamado curiosamente de “Índio do Buraco”. Com uma vida solitária, parece ter planejado até mesmo a sua morte. O “Índio do Buraco” expressava claramente sua opção pelo afastamento sem nunca dizer uma única palavra que permitisse sua identificação com alguma língua indígena conhecida.
Os primeiros vestígios desse povo foram encontrados em meados da década de 1990, pela Frente de Proteção Etnoambiental (FPE) Guaporé, da Funai. Encontraram roças destruídas por fazendeiros e restos de casas que indicavam ter sido arrastadas por tratores.
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