Chico lê, vê e recomenda #93
O pior analfabeto, Daniel Smith, caos no Twitter, Teto de gastos, natação e fonte da juventude, multiplicação das milícias, Gal Costa, Maluco Beleza...
Pra quem chegou aqui via A Grande Leitura - Orçamento Secreto, digo que escrevo também esse boletim com recomendações de leitura, vídeos, etc. A proposta é tentar ser semanal.
Que show foi esse do Milton Nascimento, hein?
Galeria
Escritório do Itamaraty no Centro do Rio. Recomendo a visita pra turistar! Foi construído de tal forma que você consegue ficar com frio NO CENTRO DO RIO DE JANEIRO!
O pior analfabeto
Onde tá o xaxado?
Uma das descobertas musicais bacanas que descobri via Sr. Brasil - Rolando Boldrim, o homem que era quase um Ministério da Cultura - foi a dupla Vanessa Moreno e Fi Maróstica. Ó a apresentação no link ou a seguir.
Leituras bacanas
Daniel Smith, último filho de uma pessoa escravizada nos EUA, morre aos 90; Ele se referia a si mesmo como 'Forrest Gump negro' depois de testemunhar da Marcha de Washington à posse de Obama | por Clay Risen para o New York Times - link
O pai de Smith, Abram Smith, nasceu como um escravizado na Virgínia durante a Guerra Civil americana e tinha 70 anos quando sua esposa, Clara, muito mais jovem que ele, deu à luz a Daniel em 1932. Embora seja impossível determinar ao certo se Daniel Smith foi o último filho vivo de uma pessoa escravizada nos Estados Unidos, historiadores que estudaram sua geração dizem não ter conhecimento de outros.
Funcionário federal aposentado, Smith nasceu em Connecticut e costumava dizer que teve uma vida tranquila, sem grandes emoções. Mas também se comparava, brincando, a um "Forrest Gump negro": ele tomou parte na Marcha a Washington em 1963, atravessou a ponte Edmund Pettus, em Selma, no Alabama, com Martin Luther King Jr. em 1965 e esteve na plateia para assistir à primeira posse de Barack Obama como presidente em 2009.
O caos imperou no Twitter essa semana. E não foi pouco; A semana foi brutal: demissões em massa, êxodo de executivos, novas políticas de verificação e até ameaça de falência | por Sérgio Spagnuolo, Laís Martins, Rodrigo Ghedin, Luiza Bodenmüller e Lucas Lago para o Núcleo - link
Um dos principais pontos por trás dessa confusão estava um cobiçado e, até então aparentemente inofensivo, selo de verificação. Acontece que esse recurso – cuja distribuição pelo Twitter e outras plataformas sempre foi uma bagunça – provou-se mais importante do que realmente é.
Não demoraram a surgir fakes verificados se fazendo se passar por políticos, empresas, personalidades e até pelo próprio Elon Musk. Houve tentativas de golpe, brincadeiras e memes de gente que desembolsou US$8 pelo selo azul em uma assinatura mensal do Twitter Blue (só disponível em países de língua inglesa).
Mas toda essa farra teve um preço de negócios para o Twitter – e para Musk. Muitos anunciantes (principal forma de receita da empresa) estão apreensivos com os novos rumos do produto, ainda mais com contas falsas circulando à vontade com selo de verificado que podem fazer se passar por elas, como tem acontecido nos últimos dias.
Teto de gastos pode ser trocado por limite de dívida, diz Felipe Salto; Secretário da Fazenda de São Paulo afirma ter enviado proposta a Persio e Alckmin e diz que foi sondado para integrar governo Lula | por Alexa Salomão para a Folha de S. Paulo - link
Estamos acompanhando o périplo do governo eleito na tentativa de fazer uma PEC para a transição, o que basicamente significa abrir espaço no Orçamento para elevar o gasto. É preciso mesmo elevar os gastos? Qual é a situação das finanças federais quando se observa a peça orçamentária que está no Congresso? O primeiro ponto a destacar é que, sim, é necessário uma espécie de licença para um gasto superior ao previsto no teto, que está em R$ 1,8 trilhão. Se a gente ajustar esse teto previsto à estimativa mais recente de IPCA, ele fica ainda mais baixo em cerca de R$ 15 bilhões a R$ 17 bilhões.
Mas, além da restrição, você tem uma série de gastos que foram prometidos ao longo da campanha, e muitos deles são meritórios. Tanto é assim que os dois lados tocaram nessa questão de aumentar o gasto social, que tem relação com Auxílio Brasil e o auxílio para crianças de até seis anos. Todo esse contexto é uma justificativa para obter uma licença para gastar.
A segunda justificativa é que no período de 2020, 2021 e 2022 ocorreu um gigantesco waiver [dispensa para cumprir a regra fiscal]. No ano da pandemia, 2020, foram R$ 520,6 bilhões. Em 2021, R$ 114,2 bilhões, e em 2022, 155,4 bilhões. Tudo isso foi gasto acima do teto. A regra do teto, na verdade, já não existe mais. Quem acabou com ela chama-se Paulo Guedes, com uma série de emendas à Constituição, as 109, 113, 114 e a 123.
Na prática, o teto como foi concebido lá em 2016 já não existe mais. É óbvio que você não pode dar um cavalo de pau nas regras fiscais, mas é preciso entender que nesse aspecto não tem nada de novo em 2023. É mais um ano em que você vai precisar de licença constitucional para furar o teto, com todo o custo político de negociar uma nova PEC.
Mais links
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Gal Costa disse à Noize que sabia que seu trabalho seria vitorioso; leia a entrevista | NOIZE - link
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Qual é o esquema pra visitar esse escritório do Itamaraty?