Chico lê, vê e recomenda #97
Macróbio, Clementina de Jesus, dream team dos raps, punição para frear o milicianismo na política, dívida pública, apoiadores de Pedro Castilho, sumaúma em Belém
Não estou conseguindo manter a regularidade desse boletim. Talvez não precise se entregar material de qualidade. Queria muito escrever sobre o tanto de coisa que anda rolando.
Clima do Rio de Janeiro pirou. É calor e chuva no mesmo dia. Tá tão maluco que a prefeitura carioca poderia pedir o dinheiro de volta pro Cacique Cobra Coral, aquele que diz que melhora o tempo para acontecer eventos como o Rock in Rio. Isso se a prefeitura pagasse alguma coisa pelo serviço, que dizem que é gratuito.
E o ano de 2023 começou com tudo. Já estamos caminhando pra meados de Fevereiro. Além da tragédia com os Yanomami, a guerra na Ucrânia (e não temos notícias se os tanques doados estão ajudando), agora aconteceu o terremoto que devastou parte da Turquia e da Síria. E o número de mortos salta pacas cada vez que vemos uma notícia na TV sobre o assunto.
E ainda tem o suposto OVNI.
É a estiagem no RS, o feminicídio daquela estudante da UFPI (e não só dela), a morte daquela bebê de dois anos, ChatGPT e essa merda de bolsonarismo. E eu tentando usar cada vez menos redes sociais pra evitar essa inundação de notícias. Mas o conteúdo das redes chegam… seja pelo uso ocasional (que lembrou de cachoeira na Floresta da Tijuca) ou por amigos, que indicaram as 3 melhores barracas de espetinho da Tijuca.
E chega por hoje. Segue a edição 97 e rumo à 100!
Você sabia que existe a palavra Macróbio?
Se existe micróbio, existe macróbio, certo? Macróbio significa alguém em idade avançada. Cardoso que levantou a bola.
Lhes apresento dona Alice, minha avó. Foto de dezembro.
Leituras
Há 122 anos nascia cantora considerada o elo musical entre Brasil e África | De Juliana Domingos de Lima para Ecoa - link
A carreira profissional na música só deslanchou quando Clementina já tinha mais de 60 anos. O produtor e compositor Hermínio Bello de Carvalho a ouviu cantar pela primeira vez em 1963, em uma festa religiosa no bairro da Glória. Impressionado, articulou sua estreia nos palcos, abrindo-lhe as portas do sucesso. Em entrevista ao Sesc, o produtor diria: "Antes dela, não havia um elo musical tão grande entre o Brasil e a África. Isso é o que faz sua obra resistir ao tempo. A voz de Clementina são os tambores da África"
Um dream team dos raps | Silvio Essinger para o Globo - link
Buchecha montou o grupo, para lançar faixas inéditas, no ano passado, ao lado de um time de estrelas dos primeiros tempos do funk: Mascote, Danda (da dupla Danda e Tafarel, do “Rap do festival”), André do Alto (ex-André e Fabinho, do “Rap do Alto da Boa Vista”), Sinistro (da dupla Sinistro e Mião, do “Rap do amor”), Bob Rum (do “Rap do Silva”), William do Borel (da dupla William e Duda, do “Rap do Borel”), Amaro (da dupla Suel e Amaro, sucesso com o funk melody “Perdi você”), Mano Teko (metade do Teco e Buzunga, do “Rap da consciência”) e Mano Kacau (do “Rap do sufocador”).
Punir Bolsonaro por golpismo pode frear o Brasil miliciano que ele criou | por Leonardo Sakamoto para UOL - link
No culto bolsonarista, a liberdade a de garimpar na terra Yanomami é maior do que a vida de centenas de crianças com menos de cinco anos, mortas de fome e de doenças; o "direito" de não usar máscara é mais importante que salvar vidas na pandemia; a de lucrar a qualquer custo é mais relevante do que a de garantir um mínimo de dignidade aos trabalhadores e evitar a ocorrência de escravidão, tráfico de pessoas e trabalho infantil; a de correr nas rodovias está acima da integridade física de outros motoristas e da vida de suas famílias.
Mais links
Juros da dívida pesam mais que salários dos funcionários públicos | por Alaor Barbosa para Radar Econômico - link
O que dizem os apoiadores do ex-presidente do Peru Pedro Castilho que estão nas ruas protestando; eles acreditam que Castilho foi deposto por uma ação ilegal e que são preteridos nas decisões da capital (em inglês e espanhol) | Channel 4 - link
A sumaúma que comoveu Belém; Ao cair na madrugada com seus 200 anos de história, a pessoa-árvore levou com ela memórias da vida de tantos, lembranças de uma cidade que se esqueceu de que foi erguida sobre o corpo da natureza | por Helena Palmquist para Sumauma - link